segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A vida é um palco (Heloísa Prieto)

Imagem: reprodução



Os adultos tendem a impedir qualquer conflito entre as crianças, principalmente quando elas estão brincando. É comum disputas por brinquedos ou papéis nas inúmeras situações lúdicas que as crianças inventam – seja embaixo da cabaninha feita de cobertores, seja sob a mesa num dia chuvoso em que não se pode sair de casa, seja durante o recreio escolar, seja durante um simples jogo de bola. É brincando que as crianças se entendem e se fazem entender. Mas, pelo menos até certo ponto, os conflitos fazem parte da brincadeira. Porque a vida é assim: pontuada por divergências de interesses, de personalidades, de jeitos de ser. Ao brincar, as crianças frequentemente dramatizam aspectos da própria vida adulta, isto é, transformam em “teatro”, em imaginação, em ficção muito daquilo que seus pais e outros adultos vivenciam. Em A vida é um palco, num caminho inverso, três episódios de conflito entre três crianças – André, Paula e Lucinha –, em plena brincadeira, acabam resultando numa peça teatral. Quer dizer, as brigas entre os três amigos durante três situações lúdicas acabam virando um teatrinho, por sugestão do diretor da escola. Os três se engalfinham por causa de um castelo de areia, depois por causa de um rato e, por fim, por causa de uma boneca. Nas três situações atuam os sentimentos básicos de qualquer ser humano, dos quais nenhuma criança está isenta: raiva, egoísmo, inveja, vaidade, ciúme. Mas também um profundo carinho e uma forte amizade que une os três, permeada por muita alegria e, sobretudo, uma enorme capacidade de rir de si mesmo em meio às brincadeiras. Afinal, diz a autora, “Criança que não brinca prende a imaginação. Adulto que se leva a sério demais fica preso na vida”.
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