terça-feira, 30 de julho de 2013

Antes que elas cresçam

Imagem: Reprodução


Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. 

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

Affonso Romano de Sant'Anna


Fonte: https://www.evernote.com/shard/s237/sh/05d00906-7d5c-48dc-bc13-42276fd186ad/f44122e99bfa3645372f6ffec631701a

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gênero textual – Debate Regrado

Imagem: Reprodução

Justificativa: Estudar o gênero debate regrado, sua estrutura e utilização como forma de expressão argumentativa na defesa de um ponto de vista.

Objetivo: Desenvolver a capacidade de expressar-se oralmente de forma organizada, clara e coerente para compreender o debate como procedimento comunicativo que exige argumentação consistente.

A característica principal do debate é a oralidade.

PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UM DEBATE DEMOCRÁTICO


      1º )  O debate é uma exposição de pontos de vista diferentes sobre determinado assunto. Não se julgam pessoas, mas sim, idéias. Por isso a discussão nunca deve ser levada para o terreno pessoal.

     2º ) Todos os participantes devem ter o direito de:

a)   Falar e ouvir livremente (não se deve interromper a exposição do outro; fala-se apenas quando for a vez);
b)   Expressar suas idéias em igualdade de condições (igualdade de tempo, por exemplo);
c)      Ser respeitado ao expor o que pensa (não se deve zombar ou provocar o debatedor, por exemplo, durante sua exposição).


3º) Os participantes devem evitar argumentos repetidos, a fim de que o debate ganhe um bom andamento e não fique monótono.

4º)  Quando um participante contra-argumenta em relação ao ponto de vista de outro participante, pode-se estabelecer o direito de réplica, o que depende apenas de um acordo entre os participantes antes de se iniciar o debate.

     5º) Os participantes devem observar as normas combinadas e atender às solicitações do mediador do debate.

(Fonte: Cereja & Magalhães, PORTUGUÊS:LINGUAGENS, Atual, S.Paulo,2003)


                                  Atribuições do moderador


O moderador coordena o trabalho de forma a garantir o seu bom andamento: a participação de todos os debatedores e a interação com o público. Na organização de um debate devem ser definidas algumas regras, a saber:
apresentação: o moderador  cumprimenta o público, apresenta o tema que será debatido e fala de modo geral sobre o assunto.
definição das normas: o moderador define o número de participantes e organiza as intervenções de cada participante, determinando os turnos e direitos de resposta de cada um. É ele também quem procura manter a discussão dentro do tema e dos objetivos predeterminado.   
Conclusão: Para finalizar o debate, o moderador faz uma síntese dos argumentos apresentados pelos debatedores, destacando o motivo do debate e agradece a presença e participação  de todos.

Assista o vídeo de  Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Prefeitura de São Paulo, ele explica as características do gênero oral debate, ressaltando o que é preciso para que o aluno tenha um bom desempenho ao participar desta situação social.

O que é Folclore

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:














FOLCLORE PASSATEMPO

Atividades Educativas e Passatempos para imprimir  e brincar.

Divirta-se com Labirinto, Sete Erros, Liga-pontos, Enigma...

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FOLCLORE QUIZ

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Aprendizado intuitivo, interativo e lúdico. 

Vamos aprender brincando e jogando!

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Cultura da Terra (Ricardo Azevedo)

Imagem: Reprodução


O Brasil é um país imenso cheio de gente que viaja para lá e para cá.
Muitas pessoas saem do Nordeste para viver no Pará, Santa Catarina, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Amapá, Goiás e outros lugares.
Famílias inteiras partem da região Sul e vão morar no Ceará, Maranhão, Pernambuco ou Amazonas. Tem gente nascida em São Paulo ou Minas Gerais em quase todos os estados brasileiros.
Muitos paranaenses, baianos, alagoanos, capixabas, sergipanos, cariocas e acreanos fazem a mesma coisa.
Essas pessoas sempre partem com o sonho de construir uma vida melhor. Além de roupas e objetos pessoais, levam na bagagem sua cultura regional, ou seja, suas tradições, seu jeito de falar, as lembranças, as histórias que ouviram na infância, os versinhos e as adivinhas que aprenderam com os avós, as crenças, as brincadeiras e até o modo de preparar as comidas.
É preciso lembrar que boa parte dessas tradições veio de longe, de Portugal, da África, de outros países da Europa e até da Ásia. Mas também veio de perto: das culturas de nossos vários povos indígenas.
No fundo, a chamada cultura popular brasileira é formada por várias e várias culturas regionais (nunca esquecendo que numa mesma região convivem diversas culturas), nascidas, basicamente, a partir de tradições européias, africanas e indígenas, espalhadas e misturadas pelo país afora.
Isso faz com que seja possível ouvir a mesma história no Rio Grande do Norte e no Rio Grande do Sul. Encontrar pessoas preparando um típico prato mineiro em Roraima ou no Piauí. Ou assistir a uma dança gaúcha em pleno Mato Grosso. Ou uma cantoria paraibana nas ruas de São Paulo.
Essa maravilhosa misturança cultural é o Brasil. Por causa dela, nosso país tem a unidade que tem, fala a mesma língua e se entende tão bem.
O livro Cultura da terra foi criado a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica. Contou também com a colaboração generosa de pessoas que vivem em diferentes Estados.
A obra foi dividida em contos, adivinhas, monstrengos, quadras e receitas, separados por regiões.
Mas não pretende afirmar que sejam exclusivos das mesmas até porque, considerando tantas culturas, tantas viagens e tantos viajantes, essa exclusividade simplesmente não existe. Nosso livro promete ser, isso sim, uma pequena amostra, um passeio pela paisagem enorme, rica, encantadora, preciosa e instigante da cultura criada, recriada e cultivada pela gente da nossa terra.
"O livro é um lugar de papel e dentro dele existe sempre uma paisagem. O leitor abre o livro, vai lendo, lendo e, quando vê, já está mergulhado na paisagem. Pensando bem, ler é como viajar para outro universo sem sair de casa. Caminhando dentro do livro, o leitor vai conhecer personagens e lugares, participar de aventuras, desvendar segredos, ficar encantado, entrar em contato com opiniões diferentes das suas, sentir medo, acreditar em sonhos, chorar, dar gargalhadas, querer fugir e, às vezes, até sentir vontade de dar um beijinho na princesa. Tudo é mentira. Ao mesmo tempo, tudo é verdade, tanto que após a viagem, que alguns chamam leitura, o leitor, se tiver sorte, pode ficar compreendendo um pouco melhor sua própria vida, as outras pessoas e as coisas do mundo." Ricardo Azevedo

Biografia: Escritor e ilustrador paulista nascido em 1949, é autor de muitos livros para crianças e jovens, entre eles Um homem no sótão (Ática), A casa do meu avô (Ática), Aula de carnaval e outros poemas (Ática), Trezentos parafusos a menos (Moderna), Livro dos pontos de vista (Ática), Armazém do Folclore (Ática), Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões (Ática), O livro das palavras (Editora do Brasil), O sábio ao contrário (Editora do Brasil), Contos de enganar a morte (Ática), Chega de saudade (Moderna), Contos de espanto e alumbramento (Scipione), O livro de papel (Editora do Brasil), Ninguém sabe o que é um poema (Ática), Feito bala perdida e outros poemas (Ática), O leão da noite estrelada (Saraiva), Contos e lendas de um vale encantado (Ática), Fazedor de tatuagem (Moderna), O chute que a bola levou (Moderna) e O motoqueiro que virou bicho (Moderna).
Ganhou quatro vezes o prêmio Jabuti com os livros Alguma coisa (FTD), Maria Gomes (Scipione), Dezenove poemas desengonçados (Ática) e A outra enciclopédia canina (Companhia das Letrinhas), o APCA e outros.
Tem livros publicados na Alemanha, Portugal, México, França e Holanda e textos em coletâneas publicados na Costa Rica e no Kuwait.
Bacharel em Comunicação Visual pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo. Autor da tese Abençoado e danado do samba – O discurso da pessoa, das hierarquias, do contexto, da religiosidade, do senso comum, da oralidade e da folia (Edusp, no prelo). Pesquisador na área de cultura popular. Professor convidado em cursos de especialização em Arte-Educação e Literatura. Tem dado palestras e escrito artigos, publicados em livros e revistas, abordando problemas do uso da literatura de ficção na escola.
Fonte: http://www.ricardoazevedo.com.br/livro/cultura-da-terra/

O boi de mamão (Rogério Andrade Barbosa)



Título: Boi-de-Mamão, OPáginas: 38Editora: FTDAno: 2005Assunto: Infanto-Juvenis - Literatura Infantil
Em O Boi-de-Mamão, o escritor e folclorista viajante Rogério Andrade Barbosa monta uma narrativa na 

qual dona Bentinha, antiga moradora de Florianópolis - conhecida como a Ilha da Magia - conta a um 

grupo de estudantes um pouco das tradições locais.

Dona Bentinha relembra as bruxas e assombrações, os causos contados pelas rendeiras, pelos pescadores 


por outros contadores de histórias, para passar aos leitores um pouco dessa tradição popular herdada 

dos imigrantes açorianos. Em destaque, ela narra o folguedo do boi de Santa Catarina, o Boi-de-Mamão, 

com seus personagens típicos, como a Bernúcia e a Maricota. Uma festa de rua que revive em cada um sua 

identidade cultural, presente no fundo - ou nas raízes - de todos.


Biografia: Professor, escritor, contador de histórias e ex-voluntário das Nações Unidas na Guiné-Bissau. Graduou-se em Letras na UFF (RJ) e fez Pós-Graduação em Literatura Infantil Brasileira na UFRJ. Trabalha na área de literatura Afro-Brasileira e programas de incentivo à leitura, proferindo palestras e dinamizando oficinas. São 25 anos de literatura e mais de 90 livros publicados, alguns traduzidos para o inglês, espanhol e alemão. 

Fonte: http://www.rogerioandradebarbosa.com


BOI-DE-MAMÃO


ORIGEM
O Boi-de-Mamão envolve dança e cantoria em torno do tema épico da morte e ressureição do boi. Esta brincadeira é encontrada em várias partes do país, recebendo diferentes nomes. No nordeste é conhecido como "Bumba Meu Boi" ou "Boi Bumbá".
Em Santa Catarina a brincadeira está presente em quase todos os municípios do litoral com o nome de "Boi-de-Mamão".
Antigamente, a brincadeira era conhecida em nosso litoral como "Boi de Pano", mas com a pressa de fazê-lo, acabaram utilizando um mamão verde para fazer a cabeça do boi. Daí o nome de Boi-de-Mamão, mantido até a época atual, onde se vê cabeças de todos os tipos, até mesmo de boi, menos de mamão.
A descrição mais antiga do folguedo, em Florianópolis, é de 1871 feita pelo historiador José Arthur Boiteux.

COMO É APRESENTADO
Até algum tempo atrás, cerca de trinta anos, o folguedo era apresentado nas ruas da cidade, no período de junho a agosto. Os grupos percorriam as ruas do bairro, e se apresentavam em frente da casa daquele que contribuía com alguns trocados, o “dono da casa,” mencionado nos versos. Não havia valor fixo, cada um conribuia com o que podia. Hoje as apresentações se restringem a eventos e datas comemorativos, mas continuam tocando o coração de todos, principalmente das crianças.
Além dos integrantes do grupo que vestem fantasias e dão vida a diversos personagens, a cantoria é acompanhada por 3 músicos com pandeiro, violão, gaita, incluindo um cantor que narra a estória.

ENREDO
O boi de estimação de Mateus, homem simples do interior da ilha, como algo que lhe faz mal e acaba morrendo. Desesperado, Mateus busca ajuda do médico e curandeiro para ressuscitá-lo. O boi ressucita, e toda a freguesia festeja. 

PERSONAGENS E CANTORIAS
Os personagens são confeccionados com pano, esponja, papel maché, arame, madeira e materiais diversos.
Antes da apresentação dos personagens há a chamada do povo, com a seguinte cantoria:
VAMOS MORENINHA,
VAMOS ATÉ LÁ
VAMOS LÁ NA VILA
PARA VER MEU BOI DANÇAR 
bis

EU CAIO, EU CAIO
NA BOCA DA NOITE
SERENO EU CAIO
bis
A FOLHA DO LIMÃO VERDE
TEM CHEIRO DE LIMÃO
MORENA ME DÁ UM BEIJO
QUE EU TE DOU MEU CORAÇÃO 
bis

EU CAIO, EU CAIO
NA BOCA DA NOITE
SERENO EU CAIO
bis
A ENTRADA DO BOI

TE LEVANTE BOI MALHADO
TE LEVANTA DEVAGAR

Vem cá meu boi, vem cá

TE LEVANTA DEVAGAR
QUE É PRA NÃO ESCORREGAR

Vem cá meu boi, vem cá

O MEU BOI É DE MAMÃO
DA CABEÇA ATÉ O CHÃO

Vem cá meu boi, vem cá

OLHA A VOLTA QUE ELE DEU
OLHA A VOLTA QUE ELE DÁ

Vem cá meu boi, vem cá

ESSE BOI É DE MAMÃO
FAZ A TUA OBRIGAÇÃO

Vem cá meu boi, vem cá

ESSE BOI É DE FOLIA
DÁ GALHADA NA GURIA

Vem cá meu boi, vem cá

TE APRESE TA SEU MATEUS
BOTA ESSE BOI NO CHÃO

Vem cá meu boi, vem cá

A MORTE DO BOI

O MEU BOI MORREU
QUE SERÁ DE MIM
MANDA BUSCAR OUTRO,
MANINHA
LÁ NO PIAUÍ
Bis

UM MINUTO DE SILÊNCIO
PRO BOIZINHO QUE MORREU
VOU CHAMAR O SEU DOUTOR
PRA VER O QUE ACONTECEU

A RESSURREIÇÃO DO BOI

TE LEVANTA BOI DOURADO
TE LEVANTE DEVAGAR

Vem cá meu boi, vem cá

TE LEVANTA DEVAGAR
QUE É PRA NÃO ESCORREGAR

Vem cá meu boi, vem cá

OLHA A VOLTA QUE ELE DEU
OLHA A VOLTA QUE ELE DÁ
Vem cá meu boi, vem cá

ESSE BOI NÃO É DAQUI
É DO SERTÃO DO PIAUÍ

Vem cá meu boi, vem cá

TE APRESENTA SEU CAVALO
TUA HORA VAI CHEGAR

Vem cá meu boi, vem cá

A ENTRADA DO CAVALINHO

O MEU CAVALINHO
ELE JÁ CHEGOU
E O DONO DA CASA
JÁ CUMPRIMENTOU
Refrão

O MEU CAVALINHO
DO PÊLO VERMELHO
QUEM MONTA NELE
É UM CAVALEIRO

REFRÃO

O MEU CAVALINHO
CAVALO BONDOSO
OI, QUEM MONTA NELE
É MOÇO BONDOSO

REFRÃO
O MEU CAVALINHO
CAVALO LIGEIRO
VAI LAÇAR O BOI
DENTRO DO TERREIRO

REFRÃO

O MEU CAVALINHO
ESTÁ CHEGANDO A HORA
BOTA O BOI NO LAÇO
NÃO TENHA DEMORA

REFRÃO

O MEU CAVALINHO
NÃO TENHA DEMORA
BOTA O BOI NO LAÇO
SAI DE PORTA AFORA

A VEZ DA CABRINHA
(É o boi das crianças, tem menor porte e dança mais rápido)

E O VAQUEIRO CHAMA A CABRA
Ê CABRA, Ê CABRA

CHAMA A CABRA PRO SALÃO
Ê CABRA, Ê CABRA

ESSA CABRA NÃO BERRA
Ê CABRA, Ê CABRA

QUERO VER ELA BERRAR
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ UM PULO E DÁ UM BERRO
Ê CABRA, Ê CABRA

ELA COMEU MINHA PARREIRA
Ê CABRA, Ê CABRA

ELA ESTÁ COM CAGANEIRA
Ê CABRA, Ê CABRA

Ê CABRINHA DANADA
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ GALHADA NO VAQUEIRO
Ê CABRA, Ê CABRA
Ô VAQUEIRO DA CABRINHA
Ê CABRA, Ê CABRA

FAZ A TUA OBRIGAÇÃO
Ê CABRA, Ê CABRA

PEGA A CABRA PELO GALHO
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ UMA VOLTA NO SALÃO
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ UMA VOLTA E VAI EMBORA
Ê CABRA, Ê CABRA

TUA HORA JÁ CHEGOU
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ UM PULO E VAI EMBORA
Ê CABRA, Ê CABRA

TUA HORA JÁ CHEGOU
Ê CABRA, Ê CABRA

DÁ UM PULO E VAI EMBORA

LÁ VEM A BERNUNÇA
A BERNUNÇA é figura fantasmagórica que teria sido inspirada na figura do dragão celeste chinês. Durante sua apresentação, a bernúncia investe sobre o público engolindo crianças e dando à luz, em seguida, a uma bernuncinha.
BERNUNÇA MINHA BERNUNÇA
BERNUNÇA DO CORAÇÃO
BERNUNÇA SÓ DANÇA BEM
QUANDO ENTRA NO SALÃO

OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÁ
ARREDA DO CAMINHO
QUE A BERNUNÇA QUER PASSAR
Refrão

TAVA DEITADO NA SOMBRA
QUANDO OUVI FALAR EM GUERRA
QUANDO ACABA ERA A BERNUNÇA
QUE VINHA DESCENDO A SERRA

REFRÃO

A BERNUNÇA É UM BICHO BRABO
JÁ ENGOLIU MANÉ JOÃO
COME PÃO, COME BOLACHA
COME TUDO QUE LHE DÃO

REFRÃO
OH, SENHOR DONO DA CASA
VENHA NA PORTA DA FRENTE
VENHA VER A BRINCADEIRA
DO BICHO QUE ENGOLE GENTE

REFRÃO

BERNUNÇA QUE DANÇA BEM
ENTÃO PRESTE ATENÇÃO
DÁ UMA OLHADA EM TUA VOLTA
E ENGOLE ESSA MULTIDÃO

REFRÃO

OH, SENHOR DONO DA CASA
VENHA NA PORTA DOS FUNDOS
VENHA VER A BRINCADEIRA
DO BICHO QUE ENGOLE O MUNDO

REFRÃO

A MARICOTA
É uma mulher altíssima, vaidosa e desengonçada, que ao dançar rodopiando esbarra seus enormes braços em quem estiver descuidado.

FIZEMOS UM BAILE DE REIS
FIZEMOS UM BAILE DE COTA
ESTÁ CHEGANDO A HORA
DE DANÇAR A MARICOTA
ESTÁ CHEGANDO A HORA
DE DANÇAR A MARICOTA

Refrão

A MARICOTA É MOÇA
É MOÇA E VAI SE CASAR
UMA MOÇA TÃO BONITA
MAIS PARECE UM PAU-DE-FITA
UMA MOÇA TÃO BONITA
MAIS PARECE UM PAU-DE-FITA

REFRÃO

DONA MARICOTA
NARIZ DE PIMENTÃO
DEIXOU CAIR AS CALÇAS
NO MEIO DO SALÃO
DEIXOU CAIR AS CALÇAS
NO MEIO DO SALÃO

REFRÃO
A DONA MARICOTA
É MOÇA TÃO BONITA
ELA SÓ DANÇA BEM
COM SEU VESTIDO DE CHITA
ELA SÓ DANÇA BEM
COM SEU VESTIDO DE CHITA

REFRÃO

A NOSSA MARICOTA
ELA É TRABALHADEIRA
AQUI VAI NOSSA HOMENAGEM
ÀS MARICOTAS RENDEIRAS
AQUI VAI NOSSA HOMENAGEM
ÀS MARICOTAS RENDEIRAS

FIZEMOS UM BAILE DE REIS
FIZEMOS UM BAILE DE COTA
ESTÁ CHEGANDO A HORA
DA MARICOTA IR EMBORA
ESTÁ CHEGANDO A HORA
DA MARICOTA IR EMBORA

CANTIGA FINAL

E TODOS OS BICHOS NO SALÃO

OI CIDADE SIM
OI CIDADE NÃO

EU QUERO VER BOI-DE-MAMÃO

OI CIDADE SIM
OI CIDADE NÃO

O NOSSO BOI JÁ VAI EMBORA

OI CIDADE SIM
OI CIDADE NÃO
MEIA-LUA DENTRO
MEIA-LUA FORA
SENHOR DONO DA CASA
NOSSO BOI JÁ VAI EMBORA
Bis

EU CAIO, EU CAIO
NA BOCA DA NOITE
SERENO EU CAIO
Bis


Fonte: http://www.vivonumailha.com


Dicas para uma boa produção textual


domingo, 28 de julho de 2013

Era uma vez...




Bons leitores literários estão atentos a novas e velhas histórias, conhecem gêneros e autores variados. Por isso, a revista Nova Escola organizou uma página especial, com mais de 100 contos, crônicas, poesias, lendas e fábulas ricamente ilustradas, para ler sozinho, em família ou em sala de aula com seus alunos, em qualquer faixa etária. 

Boa leitura!


Era uma vez...   contos



Confira mais de 70 contos de autores consagrados escritos para crianças, jovens e adultos e publicados em NOVA ESCOLA. Boa leitura! 



Era uma vez...   poesias


Explore a linguagem poética com base nesta coletânea de 20 poemas e canções publicadas em NOVA ESCOLA e em edições especiais. Boa leitura!




Era uma vez...   lendas e fábulas


Relembre os principais mitos e histórias da cultura popular nacional e internacional recontados por grandes autores e publicados em NOVA ESCOLA.


Era uma vez...   crônicas

Conheça mais sobre este gênero textual ao ler as narrativas de grandes escritores brasileiros publicadas em NOVA ESCOLA. Boa leitura!

Jogos educativos: Aves do Brasil

Cinco jogos exclusivos que divertem enquanto ensinam sobre os biomas e sua fantástica diversidade.

* BICO A BICO: Descubra a ave do seu adversário e mostre quem é bom de bico!   Clique aqui  

JOGO DA MIGRAÇÃO:   A incrível jornada do maçarico-de-papo-vermelho pelo planeta! Clique aqui    

*    AVES DO BRASIL: Fotos e dados de mais de 300 espécies num aplicativo interativo!  Clique aqui  

* DESAFIO DAS AVES:  Uma disputa com as espécies mais incríveis de nosso território!
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* ÁLBUM DE FIGURINHAS VIRTUAL "AS AVES MAIS INCRÍVEIS DO BRASIL" Um quiz com figurinhas virtuais para os álbuns de seis biomas!
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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu sei, mas não devia (Marina Colasanti)

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant Anna. 

Fonte: "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

Dicas para um Bom Retorno às Aulas...

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Nem sempre é fácil ter disposição na volta às aulas, isto acaba ocorrendo, devido alguns excessos como: assistir televisão até tarde, dormir e acordar fora do horário, deixar de realizar atividades relacionadas à aprendizagem escolar, e outros, ou seja, tanto as crianças quanto os adolescentes acabam saindo da sua rotina. 
Para uns é motivo de tristeza, mas para outros nem tanto. É hora de rever os amigos e colocar os assuntos em dia... 
Não importa o motivo e a sensação, o certo é que todos teremos de voltar à rotina.

Após esse recesso, sempre dá aquela "preguicinha", mas é isto aí, temos de criar coragem, pois temos um semestre todo ainda pela frente.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Especial de férias

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As férias de julho chegaram. A Revista Nova Escola preparou uma seleção com dicas de filmes,textos literários e passeios para você aproveitar esse período de descanso. Divirta-se! 

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Passeios

Cultura


Chegaram as férias,
e agora vamos descansar...
Você pode passear ou
um parque visitar,
subir as altas montanhas
ou simplesmente ver o mar.
Andar de bicicleta ou
pelos campos cavalgar,
caminhar na calçada ou
com uma bola brincar.
Pode fazer o que quiser,
o importante é descansar!