segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Língua de Sinais



         Muitas pessoas pensam que a língua de sinais, em todo o mundo, é igual. No entanto, é importante ressaltar que essa é uma língua natural, com léxico e gramática próprios. Assim, cada comunidade de surdos desenvolveu a sua língua de sinais ao longo dos tempos, assim como cada comunidade de ouvintes desenvolveu a sua língua oral.                   Existem países que apresentam mais de uma língua de sinais.
    Os linguistas que estudaram as diferentes línguas gestuais concluíram que elas apresentam diferenças consideráveis entre si. Além disso, os surdos sentem as mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar-se com pessoas que utilizam uma língua diferente. Esses fatores justificam que cada país tenha a sua própria língua gestual. No Brasil, por exemplo, tem-se a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), enquanto que em Portugal existe a Língua Gestual Portuguesa (LGP).
          Da mesma forma que acontece nas línguas faladas oralmente, existem variações linguísticas dentro da própria Língua de Sinais, que podem ser consideradas regionalismos ou dialetos. Essas variações ocorrem devido à existência de culturas diferentes e influências diversas no sistema de ensino do país.
       Existe ainda uma língua de sinais universal, análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno, que é usada em convenções e competições internacionais.
      A língua de sinais também é usada em situações em que pessoas sem quaisquer deficiências visuais ou auditivas necessitem se comunicar, sem que possam utilizar sons. Exemplos disso são a comunicação entre mergulhadores e aquela ocorrida em rituais de iniciação entre aborígines australianos, em que é proibido falar oralmente por um período de tempo.
       Não se sabe exatamente quando as línguas de sinais surgiram, mas suas origens remontam possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que se desenvolveram as línguas orais. As línguas de sinais são criações espontâneas do ser humano e se aprimoram da mesma forma que as línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se desenvolve e expande de acordo com a necessidade de seus usuários.
        Também é comum aos ouvintes pressupor que as línguas de sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais. Por exemplo: muitos acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do português, que a Língua Americana de Sinais é a versão sinalizada do inglês, que a Língua Japonesa de Sinais é a versão sinalizada do japonês e assim por diante. No entanto, embora haja semelhanças ou aspectos comuns devido a um certo contágio linguístico, as línguas de sinais são autônomas, não derivando das orais e possuindo peculiaridades que as distinguem umas das outras e das línguas orais.
     A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto as línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera de atividade. Mais importante: é uma língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos.


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